21.2.12

Cativo

Cem anos se passaram desde que os nossos olhares se beijaram
e nem um segundo no relógio!
Eis-me aqui, nos teus braços.
Entregue a ti, e assim deve ser
e assim sonhei que seria;
Nesta doce prisão...
entreguei-me, admito a culpa.
Culpado de te amar.
A sentença: perpétua.
Que os meus braços te alcancem,
que cheguem ao infinito do teu ser!
Os dedos te desenhem
as curvas, as rectas, as loucuras...
Que os meus lábios mereçam os teus
e os louvem, e os saciem, e os amem...
E o meu corpo possa ser leito do teu,
acolhe-lo, protege-lo, ser a sua casa, seu ninho...
E mais cem anos se passaram.
Desejo a eternidade de cada segundo no teu olhar.