25.12.11

It's Christmas...

and you're not here. You're not anywhere... but in my heart.
Like a shadow in the moonlight, a whisper in the wind I feel you in my skin, in me...
Waiting for a sign, your gentle voice, a word. For how long will I wait? As long as I breathe.
I don't care if it's Christmas, you're not here...

11.12.11

O Amor é o Amor

O amor é o amor — e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?...

O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!

Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor
e trocamos — somos um? somos dois?
espírito e calor!

O amor é o amor — e depois?

Alexandre O'Neill, in 'Abandono Vigiado'

30.11.11


6.11.11

Amo-te Por Todas as Razões e Mais Uma


Por todas as razões e mais uma. Esta é a resposta que costumo dar-te quando me perguntas por que razão te amo. Porque nunca existe apenas uma razão para amar alguém. Porque não pode haver nem há só uma razão para te amar.
Amo-te porque me fascinas e porque me libertas e porque fazes sentir-me bem. E porque me surpreendes e porque me sufocas e porque enches a minha alma de mar e o meu espírito de sol e o meu corpo de fadiga. E porque me confundes e porque me enfureces e porque me iluminas e porque me deslumbras.
Amo-te porque quero amar-te e porque tenho necessidade de te amar e porque amar-te é uma aventura. Amo-te porque sim mas também porque não e, quem sabe, porque talvez. E por todas as razões que sei e pelas que não sei e por aquelas que nunca virei a conhecer. E porque te conheço e porque me conheço. E porque te adivinho. Estas são todas as razões.
Mas há mais uma: porque não pode existir outra como tu.

Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'

2.11.11

Abraça-me


Abraça-me. Quero ouvir o vento que vem da tua pele, e ver o sol nascer do intenso calor dos nossos corpos. Quando me perfumo assim, em ti, nada existe a não ser este relâmpago feliz, esta maçã azul que foi colhida na palidez de todos os caminhos, e que ambos mordemos para provar o sabor que tem a carne incandescente das estrelas. Abraça-me. Veste o meu corpo de ti, para que em ti eu possa buscar o sentido dos sentidos, o sentido da vida. Procura-me com os teus antigos braços de criança, para desamarrar em mim a eternidade, essa soma formidável de todos os momentos livres que a um e a outro pertenceram. Abraça-me. Quero morrer de ti em mim, espantado de amor. Dá-me a beber, antes, a água dos teus beijos, para que possa levá-la comigo e oferecê-la aos astros pequeninos.
Só essa água fará reconhecer o mais profundo, o mais intenso amor do universo, e eu quero que delem fiquem a saber até as estrelas mais antigas e brilhantes.
Abraça-me. Uma vez só. Uma vez mais.
Uma vez que nem sei se tu existes.

Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'

7.10.11

Cinematic Orchestra - To Build A Home



There is a house built out of stone
Wooden floors, walls and window sills
Tables and chairs worn by all of the dust
This is a place where I don't feel alone
This is a place where I feel at home

And I built a home
For you
For me

Until it disappeared
From me
From you
And now, it's time to leave and turn to dust

Out in the garden where we planted the seeds
There is a tree that's old as me
Branches were sewn by the color of green
Ground had arose and passed its knees

By the cracks of the skin I climbed to the top
I climbed the tree to see the world
When the gusts came around to blow me down
I held on as tightly as you held onto me
I held on as tightly as you held onto me

And I built a home
For you
For me

Until it disappeared
From me
From you

And now, it's time to leave and turn to dust

6.10.11

Pablo Neruda - Poema XIV


Juegas todos los días con la luz del universo.
Sutil visitadora, llegas en la flor y en el agua.
Eres más que esta blanca cabecita que aprieto
como un racimo entre mis manos cada día.

A nadie te pareces desde que yo te amo.
Déjame tenderte entre guirnaldas amarillas.
Quién escribe tu nombre con letras de humo entre las estrellas del sur?
Ah déjame recordarte cómo eras entonces, cuando aún no existías.

De pronto el viento aúlla y golpea mi ventana cerrada.
El cielo es una red cuajada de peces sombríos.
Aquí vienen a dar todos los vientos, todos.
Se desviste la lluvia.

Pasan huyendo los pájaros.
El viento. El viento.
Yo sólo puedo luchar contra la fuerza de los hombres.
El temporal arremolina hojas oscuras
y suelta todas las barcas que anoche amarraron al cielo.

Tú estás aquí. Ah tú no huyes.
Tú me responderás hasta el último grito.
Ovíllate a mi lado como si tuvieras miedo.
Sin embargo alguna vez corrió una sombra extraña por tus ojos.

Ahora, ahora también, pequeña, me traes madreselvas,
y tienes hasta los senos perfumados.
Mientras el viento triste galopa matando mariposas
yo te amo, y mi alegría muerde tu boca de ciruela.

Cuanto te habrá dolido acostumbrarte a mí,
a mi alma sola y salvaje, a mi nombre que todos ahuyentan.
Hemos visto arder tantas veces el lucero besándonos los ojos
y sobre nuestras cabezas destorcerse los crepúsculos en abanicos girantes.

Mis palabras llovieron sobre ti acariciándote.
Amé desde hace tiempo tu cuerpo de nácar soleado.
Hasta te creo dueña del universo.
Te traeré de las montañas flores alegres, copihues,
avellanas oscuras, y cestas silvestres de besos.

Quiero hacer contigo
lo que la primavera hace con los cerezos.

2.10.11

Amor. Não se pode dar porque não se pode possuir. Não nasce, não aumenta ou diminui. Existe apenas. Amor é. És.

24.9.11

and my heart was ripped from my chest but it's ok, I know it's in your hands, safe. I just don't know where you are...

17.9.11

Sleep

Thinking... wondering where you are.Dreaming day and night about you. Worrying... crying in the dark, in silence...
A simple word, just a word would make the sun shine bright in the sky and bring a smile back to my lips... one that only you can give life! And I miss you... your gentle voice, the singing of sirens luring me to my sweet damnation... no, the singing of an angel taking me to heaven!
You'll be back, soon... and we'll continue our story, live it like it should be lived. With our hands held tight... and a smile on our lips.
I'll try to sleep now, hoping that tomorrow you're here, in my arms again.

9.9.11

O Tempo Passa? Não Passa

O tempo passa? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.

O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.

Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.

O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.

São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer toda a hora.

E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama escutou
o apelo da eternidade.


Carlos Drummond de Andrade, in 'Amar se Aprende Amando'

31.8.11

...

mais um dia na cidade
e ainda não sei nada de ti
ainda não vi o teu milagre
sobre mim
eu nem ouso sentir esperança
estou tão longe do que é bom
não te tenho nesta dança
neste tom
mas se te vejo, ...
se te vejo, ...
eu quero ir, eu quero ir, eu quero ir, eu quero ir
atrás de ti

eu quero ver-te no meu espelho
intimidar-te com o olhar
e confessar-te que foste eleita
para eu me dar
vá vem dormir para os meus braços
que eu vou mostrar-te o que é o amor
se eu não vencer
quem vence a prova do teu rigor
e se te vejo, ...
se te vejo, ...
eu quero ir, eu quero ir, eu quero ir, eu quero ir
atrás de ti
mais um dia na cidade
e ainda não sei nada de ti
mas é tão bom ter o teu nome aqui
aqui, aqui, aqui
eu estou aqui.

(letra da música Adriana de Jorge Cruz, aqui sem a Adriana)

28.8.11

O Amor Fino

O amor fino não busca causa nem fruto. Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo, para que me amem, tem fruto: e amor fino não há-de ter porquê nem para quê. Se amo, porque me amam, é obrigação, faço o que devo: se amo, para que me amem, é negociação, busco o que desejo. Pois como há-de amar o amor para ser fino? Amo, quia amo; amo, ut amem: amo, porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam é agradecido. quem ama, para que o amem, é interesseiro: quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, só esse é fino.

Padre António Vieira, in "Sermões"

27.8.11

What It Feels Like To Be In Love With You

It feels like drowning. It feels eternal. A sensory bliss that never really subsides. A yearning to be awake, to live that dream I am in. In shallows of blankets and bed covers, calmed by the gentle breeze of your breath. Caressed by the warmth of your skin. It feels like a distant voice, heard in the chambers of my head, of laughter and sighs. Of whirlwinds in my head. A ray of hope, a sliver of sunshine. It feels like it all makes sense right about now, on the path to the never never land. It's art, it's poetry and most of all it feels like it's true. So much that I can touch it enough to my hands through its contours, feel it as it burns into my flesh and taste it, in dollops, as it spills onto my senses. To be in love with you, I feel stronger. I shed fear, adorn hope. I walk a path that's painted with grief, painted in failure, painted in hope, I walk with glee. I feel stronger than a man can ever feel but I feel powerless. Vulnerable to your voice, to your words, to the depths of your mind. It feels like a placebo, when the earth is burning and the sky is raining on my head. It feels like my head's spinning and my body's out of place. A terrible comfort that makes me guilty for deriving pleasure from. A horrible silence just before it's deafened by your cheer, your pain, your world. Our world. It feels like looking into the future. It feels like I'm drowning in my sleep, drowning deep in a dream where I'm floating in your heart. To be in love with you, is to never wake up to anyone else again. To be in love with you. It feels eternal. It feels pure. It feels love.

(unknown)

24.8.11

O Apaixonado

Luas, marfins, instrumentos e rosas,
Traços de Dúrer, lampiões austeros,
Nove algarismos e o cambiante zero,
Devo fingir que existem essas coisas.
Fingir que no passado aconteceram
Persépolis e Roma e que uma areia
Subtil mediu a sorte dessa ameia
Que os séculos de ferro desfizeram.
Devo fingir as armas e a pira
Da epopeia e os pesados mares
Que corroem da terra os vãos pilares.
Devo fingir que há outros. É mentira.
Só tu existes. Minha desventura,
Minha ventura, inesgotável, pura.

Jorge Luis Borges, in "História da Noite"
Tradução de Fernando Pinto do Amaral

13.8.11

love > distance

7.8.11

Agora e Sempre

Penso sempre no agora e no depois
porque agora estás aqui no peito
e depois também nos meus braços

agora, és um doce suspiro e um saboroso sorriso
depois, também o reflexo nos meus olhos

agora, és um desejo ardente
e depois, também o calor do meu corpo

agora, és palavra escrita e silêncio
depois, também som que me embala

agora, és saudade a cada segundo
depois, serás presença constante

agora, és a mulher que amo
e depois, és a mulher que amo.

Chega de saudade


Vai minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim
Não sai

Mas, se ela voltar
Se ela voltar que coisa linda!
Que coisa louca!
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços, os abraços
Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio
De você viver sem mim
Não quero mais esse negócio
De você longe de mim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim

24.7.11

Tu e Eu Meu Amor

Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.

Nua a mão que segura
outra mão que lhe é dada
nua a suave ternura
na face apaixonada
nua a estrela mais pura
nos olhos da amada
nua a ânsia insegura
de uma boca beijada.

Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.

Nu o riso e o prazer
como é nua a sentida
lágrima de não ver
na face dolorida
nu o corpo do ser
na hora prometida
meu amor que ao nascer
nus viemos à vida.

Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.

Nua nua a verdade
tão forte no criar
adulta humanidade
nu o querer e o lutar
dia a dia pelo que há-de
os homens libertar
amor que a eternidade
é ser livre e amar.

Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.

Manuel da Fonseca, in "Poemas para Adriano"

4.7.11

Leisure, W. H. Davies

What is this life if, full of care,
We have no time to stand and stare?

No time to stand beneath the boughs,
And stare as long as sheep and cows:

No time to see, when woods we pass,
Where squirrels hide their nuts in grass:

No time to see, in broad daylight,
Streams full of stars, like skies at night:

No time to turn at Beauty's glance,
And watch her feet, how they can dance:

No time to wait till her mouth can
Enrich that smile her eyes began?

A poor life this if, full of care,
We have no time to stand and stare.

12.6.11

Gritos em mim

As saudades batem como pedras no peito,
deixam marcas que não se vêm,
cá dentro
mas são marcas que desejo ter.
São gritos mudos do teu nome,
são as tuas mãos que me rasgam o peito
e agarram o coração, sabendo que te pertence.
E o teu toque é esperado, é sonhado,
saboreado...

4.6.11

feeling

about this thing which we call feelings, what are they? how do they come to?
well, i'm not a psychiatrist, psychologist or some neurologist or whoever studies this things. instead i'll write some words about it and hopefully make some sense, and correct me if i'm wrong.
so, i think we should start in the beginning, how does a feeling appear? we could say it's because something happened to trigger it, a picture we see, a conversation, missing someone/something. a whole lot of stuff... but it's because of a thought. a simple thought about someone, can bring a the most pure happiness, can bring sadness, anger, lust... or, imagination, which is still thought, about a fantasy... a vengeance in the making, anything. it starts with thought. you may wander, can i control my thoughts so my feelings are always good and happy? no, you can't, by trying to control them you are hiding another thought, another feeling, the one you don't wan't, and it's controlling you without you even knowing it. but more on this later...
so, that's how it starts, and mostly how it ends, a new thought comes around and takes the place of the old one. well... not quite. there's this feeling called love, when you love someone/something (yes, some people love things...) that feeling won't end just like that, hopefully, it won't end! and this is the tricky part, because there is no thought in love, it just is... going to metaphors now, like there's two halves and the other one is the better part of you.
and love just shut me up... :)

19.5.11

Fire Truck Game

Boy: Lets play the fire truck game.
Girl: OK, how do you play?
Boy: I run my fingers up your legs until you say red light.
Girl: OK.
(starts game)
Girl: Red light!
Boy: Fire trucks don't stop for red lights...

17.5.11

Tardio...

E se chegar tarde? Se o trânsito me prender por mais um minuto ou dois, fará diferença? Que importa se perdi um minuto a olhar o mar? E se esse minuto foi passado contigo, então foi um minuto que ganhei...

14.5.11

Privatizar...

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»

- José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148

10.5.11

Dave Matthews and Tim Reynolds - Crush



Crazy how it feels tonight
Crazy how you make it all alright love
You crush me with the things you do
I do for you anything too
Sitting smoking feeling high
In this moment it feels so right
Lovely lady
I am at your feet
God I want you so badly
I wonder this
Could tomorrow be
So wondrous as you there sleeping
Let's go drive 'till morning comes
Watch the sunrise to fill our souls up
Drink some wine 'till we get drunk
It's crazy I'm thinking
Just knowing that the world is round
Here I'm dancing on the ground
Am I right side up or upside down
Is this real or am I dreaming
Lovely lady
Let me drink you please
I won't spill a drop I promise you
Lying under this spell you cast on me
Each moment
The more I love you
Crush me
Come on
It's crazy I'm thinking
Just knowing that the world is round
Here I'm dancing on the ground
Am I right side up or upside down
Is it real or am I dreaming
Lovely lady
I will treat you sweetly
Adore you I mean you crush me
It's times like these
When my faith I feel
And I know how I love you
Come on
Lady
It's crazy I'm thinking
Just as long as you're around
And here I'll be dancing on the ground
Am I right side up or upside down
To each other we'll be facing
By love we'll beat back the pain we've found
You know
I mean to tell you all the things I've been thinking deep inside
My friend
With each moment the more I love you
Crush me
Come on
So much you have given love
That I would give you back again and again
Meaning I'll hold you
And please let me always

5.5.11

Life is nothing but a shadow... without your sunshine


"
Your love, is my sanity
Your love, brings me sunshine
I like what you do to me
I like what you give to me
I wander through this world
Needing you so much
I wander through this world
Dreaming of your touch
"

2.5.11

Estrela Da Tarde



Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto.

28.4.11

noite

Que um dia sejam dias
A cama seja nossa
E o adormecer teu nos braços meus
E a luz do dia brilhe nos nossos olhos
E os labios meus nos labios teus...
E tu e eu, nós.

27.4.11

somatório

beber de ti
da tua boca
deixar-me em ti
sei-me teu
sei-te minha
somos... um mais um,
mais que um mas não dois
conta de somar corpos,
bocas, olhares
multiplicamos amor...
subtraimos o resto do mundo

9.4.11

30.3.11

Patience



Sabali, Sabali, Sabali, yonkontê
Sabali, Sabali, Sabali, kiye
Ni kêra môgô
Sabali, Sabali, Sabali, yonkontê
Sabali, Sabali, Sabali, kagni
Ni kêra môgô

Some of the smartest dummies
Can’t read the language of Egyptian mummies
An’ a fly go a moon
And can’t find food for the starving tummies
Pay no mind to the youths
Cause it’s not like the future depends on it
But save the animals in the zoo
Cause the chimpanzee dem a make big money
This is how the media pillages
On the TV the picture is
Savages in villages
And the scientist still can’t explain the pyramids, huh
Evangelists making a living on the videos of ribs of the little kids
Stereotyping the image of the images
And this is what the image is
You buy a khaki pants
And all of a sudden you say a Indiana Jones
An’ a thief out gold and thief out the scrolls and even the buried bones
Some of the worst paparazzis I’ve ever seen and I ever known
Put the worst on display so the world can see
And that’s all they will ever show
So the ones in the west
Will never move east
And feel like they could be at home
Dem get tricked by the beast
But a where dem ago flee when the monster is fully grown?
Solomonic linage whe dem still can’t defeat and them coulda never clone
My spiritual DNA that print in my soul and I will forever Own Lord

Sabali, Sabali, Sabali, yonkontê
Sabali, Sabali, Sabali, kiye
Ni kêra môgô
Sabali, Sabali, Sabali, yonkontê
Sabali, Sabali, Sabali, kagni
Ni kêra môgô

Huh, we born not knowing, are we born knowing all?
We growing wiser, are we just growing tall?
Can you read thoughts? can you read palms?
Huh, can you predict the future? can you see storms, coming?
The Earth was flat if you went too far you would fall off
Now the Earth is round if the shape change again everybody woulda start laugh
The average man can’t prove of most of the things that he chooses to speak of
And still won’t research and find out the root of the truth that you seek of
Scholars teach in Universities and claim that they’re smart and cunning
Tell them find a cure when we sneeze and that’s when their nose start running
And the rich get stitched up, when we get cut
Man a heal dem broken bones in the bush with the wed mud
Can you read signs? can you read stars?
Can you make peace? can you fight war?
Can you milk cows, even though you drive cars? huh
Can you survive, Against All Odds, Now?

Sabali, Sabali, Sabali, yonkontê
Sabali, Sabali, Sabali, kiye
Ni kêra môgô
Sabali, Sabali, Sabali, yonkontê
Sabali, Sabali, Sabali, kagni
Ni kêra môgô

Who wrote the Bible? Who wrote the Qur’an?
And was it a lightning storm
That gave birth to the earth
And then dinosaurs were born? damn
Who made up words? who made up numbers?
And what kind of spell is mankind under?
Everything on the planet we preserve and can it
Microwaved it and try it
No matter what we’ll survive it
What’s hu? what’s man? what’s human?
Anything along the land we consuming
Eatin’, deletin’, ruin
Trying to get paper
Gotta have land, gotta have acres
So I can sit back like Jack Nicholson
Watch niggas play the game like the lakers
In a world full of 52 fakers
Gypsies, seances, mystical prayers
You superstitious? throw salt over your shoulders
Make a wish for the day cuz
Like somebody got a doll of me
Stickin’ needles in my arteries
But I can’t feel it
Sometimes it’s like ‘pardon me, but I got a real big spirit’
I’m fearless…. I’m fearless
Don’t you try and grab hold of my soul
It’s like a military soldier since seven years old
I held real dead bodies in my arms
Felt their body turn cold, oh
Why we born in the first place
If this is how we gotta go?
Damn

————
[English Chorus]
We came to have fun with music
The world is a place of amusement
We have a good time doing that.
Audience!
Patience! Patience is worth everything!
Patience! Patience is good.
If you love someone, patience is worth everything
If you love a man, patience is worth everything
If you love a woman, patience is worth everything
Patience, patience, patience is good

26.3.11

24.3.11

em silêncio

às vezes o silêncio é suficiente para falar tudo...
podem-se dizer olhares, soletrar sorrisos, declamar abraços
muitas vezes o silêncio escreve sonhos nas nossas mãos
e grande parte desses sonhos será realizado dentro do silêncio...
nos teus olhos, nos teus lábios, na tua pele.

18.3.11

“When I was in grade school, they told me to write down what I wanted to be when I grew up.
I wrote down happy.
They told me I didn’t understand the assignment,
I told them they didn’t understand life”

8.3.11

O Homem e a Mulher

O homem é a mais elevada das criaturas.
A mulher, o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono; para a mulher fez um altar.
O trono exalta e o altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a luz; o coração produz amor. A luz fecunda; o amor ressuscita.
O homem é o génio; a mulher é o anjo. O génio é imensurável; o anjo é indefenível;
A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher é a virtude extrema; A glória promove a grandeza e a virtude, a divindade.
O homem tem a supremacia; a mulher, a preferência. A supremacia significa a força; a preferência representa o direito.
O homem é forte pela razão; a mulher, invencível pelas lágrimas.
A razão convence e as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de todos os martírios. O heroísmo enobrece e o martírio purifica.
O homem pensa e a mulher sonha. Pensar é ter uma larva no cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço e cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra; a mulher, onde começa o céu.

Victor Hugo

A Mulher Inspiradora

Mulher, não és só obra de Deus;
os homens vão-te criando eternamente
com a formosura dos seus corações,
e os seus anseios
vestiram de glória a tua juventude.

Por ti o poeta vai tecendo
a sua imaginária tela de oiro:
o pintor dá às tuas formas,
dia após dia,
nova imortalidade.

Para te adornar, para te vestir,
para tornar-te mais preciosa,
o mar traz as suas pérolas,
a terra o seu oiro,
sua flor os jardins do Verão.

Mulher, és meio mulher,
meio sonho.

Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões

3.3.11

Tabacaria

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa,
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.

Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.

O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

smiling

a word, a simple word
a touch, a gentle touch
your kiss, your lips
your eyes, my soul
and a smile...

you make smile!

26.2.11

Sussurros

As minhas mãos sussurram carinhos na tua pele...
Leves toques, doces beijos
Pequenos pedaços de Sol
Desenhos de desejos
Fragmentos de sonhos
Perdidos na noite
Encontrados no teu olhar...

20.2.11

os teus olhos

e se a minha visão fossem os teus olhos?
a escuridão submergir-me, nada mais que noite
se assim fosse, como me descrevias o pôr-do-Sol?
que palavras usarias?
pergunto-me, como será a Lua cheia nos teus lábios...
não a digas
deixa-a brilhar na tua noite, alto no céu
saberei a sua beleza quando me beijares
saberei a que sabe o luar nos teus lábios
nesse momento a minha noite ilumina-se
e em cada beijo uma estrela no meu céu
e a minha noite será a tua
e o nascer do Sol será nosso.

14.2.11

O Tempo Passa? Não Passa

O tempo passa? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.

O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.

Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.

O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.

São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer toda a hora.

E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama
escutou o apelo da eternidade.

Carlos Drummond de Andrade, in 'Amar se Aprende Amando'

10.2.11

Para Ti

Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre

Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só
amando de uma só vida

Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

Throw your arms around me (Eddie Vedder & Mark Seymour)



I will come for you at nighttime
I will raise you from your sleep
I will kiss you in four places
As I go running along your street
I will squeeze the life out of you
You will make me laugh and make me cry
And we will never forget it
You will make me call your name
And I'll shout it to the blue summer sky
And we may never meet again
So she'd your skin and let's get started
And you will throw your arms around me
Yeah, you will throw your arms around me
I dreamed of you at nighttime
And I watched you in your sleep
I met you in high places
I touched your head and touched your feet
So if you disappear out of view
You know I will never say goodbye
And though I try to forget it
You will make me call your name
And I'll shout it to the blue summer sky...
And we may never meet again...
So she'd your skin and let's get started
And you will throw your arms around me
Yeah, you will throw your arms around me
Oh...yeah...
Ohhh yeah...
You will throw your arms around me...
Yeah, you will throw your arms around me....

9.2.11

glowing inside

Let it shine
let love be
the guiding star
carrying you to me...

Let it be
let love shine
inside of you
inside of me...

3.2.11

distância

A falta que me fazes, do teu meigo encanto,
as tuas palavras, como gotas de luz,
um leve suspiro, mundos de sentir,
nos braços, a vida em momentos,
beijo, carne de paixão,
nas mãos, sou.

31.1.11

abraçar-te

Era tudo o que queria
Apenas
o calor do teu corpo
deixar a noite cair
sobre nós
nem frio, nem vento
o silêncio das estrelas
apenas
e nós,
abraçados.

18.1.11

Bésame Mucho


Bésame, bésame mucho,
Como si fuera esta noche la última vez.
Bésame, bésame mucho,
Que tengo miedo a tenerte y perderte después.

Quiero tenerte muy cerca,
Mirarme en tus ojos, verte junto a mí.
Piensa que tal vez mañana
Yo ya estaré lejos, muy lejos de tí.

Bésame, bésame mucho,
Como si fuera esta noche la última vez.
Bésame, bésame mucho,
Que tengo miedo a tenerte y perderte después.

1 giant leap - the way you dream

15.1.11

Pursuit Of Happiness (Megaforce Version)




[VERSE 1:]
Crush a bit, little bit, roll it up, take a hit
Feelin’ lit feelin’ light, 2 am summer night.
I don't care, hand on the wheel, drivin drunk, I'm doin’ my thing
Rollin the Midwest side and out livin’ my life getting’ out dreams
People told me slow my roll I'm screaming out fuck that
Imma do just what I want lookin’ ahead no turnin’ back
if I fall if I die know I lived it to the fullest
if I fall if I die know I lived and missed some bullets

[CHORUS]
I'm on the pursuit of happiness and I know everything that shine ain't always gonna be gold
I'll be fine once I get it, I'll be good.
[x2]

[VERSE 2:]
Tell me what you know about dreamin’ dreamin’
you don't really know about nothin’ nothin’
tell me what you know about them night terrors every night
5 am, cold sweats wakin’ up to the skies
tell me what you know about dreams, dreams
tell me what you know about night terrors, nothin’
you don't really care about the trials of tomorrow
rather lay awake in a bed full of sorrow

[CHORUS:]
I'm on the pursuit of happiness and I know everything that shines ain't always gonna be gold
I'll be fine once I get it, I'll be good
[x2]

[Guitar Solo]

[CHORUS:]
I'm on the pursuit of happiness.
I know everything that shines ain't always gold
I'll be fine once I get it, I'll be good

I'm on the pursuit of happiness
And I know everything that shines ain't always gonna be gold, hey
I'll be fine once I get it, yeah
I'll be good

Pursuit of happiness, yeah
I don’t get it, I’ll be good

13.1.11

Jo Manji - beyond the sunset

i carry your heart with me

i carry your heart with me (i carry it in

my heart) i am never without it (anywhere

i go you go, my dear; and whatever is done

by only me is your doing, my darling)

i fear

no fate (for you are my fate, my sweet) i want

no world (for beautiful you are my world, my true)

and it's you are whatever a moon has always meant

and whatever a sun will always sing is you

here is the deepest secret nobody knows

(here is the root of the root and the bud of the bud

and the sky of the sky of a tree called life; which grows

higher than soul can hope or mind can hide)

and this is the wonder that's keeping the stars apart

i carry your heart (i carry it in my heart)

- by E. E. Cummings

11.1.11

temperatura

sobe quando entras na sala
dispara se me tocam os teus lábios
marca a minha pele, queima-me
faz-me delirar, suar...
és assim, dentro de mim
e és chama ardente e Sol,
vela a dançar numa leve brisa
e és assim, em mim
luz nos meus sonhos de ti
a candeia à janela
para que saiba que me esperas
no leito que é nosso
e nas saudades que nos inundam
terminaremos a distância que nos foi
num beijo que nos pertence
num abraço há tanto desejado...

7.1.11

pequenos nadas

como diz a música... porque a vida é feita de pequenos nadas...
o amor também, pequenos nadas... (como um simples telefonema que nos faz sorrir só de saber quem está do outro lado) que juntos somam uma vida.