16.12.07

O amor como processo

E porque tudo o que nos rodeia, acaba de uma forma ou de outra por nos influenciar. Ontem, sábado, vi um filme "Amor e outros desastres". O filme em si até é engraçado, uma comédia romântica. Cumpre com o seu dever, no entanto, há algumas ideias a tirar: o facto de nos acomodarmos ao que temos/não temos, o amor como um processo em vez de um acontecimento.
O primeiro, o comodismo, é algo que está presente na nossa vida. Muito para lá do amor, em muitos aspectos nos acomodamos mesmo que a nossa situação não seja a desejada e até muito desfavorável! Porquê? Porque é fácil não fazer nada. Deixar tudo como está não cria mudança. E a mudança não é desejada porque faz alterar rotinas, ideias, modos de estar. Faz-nos até aprender coisas novas! Imagine-se lá isso... Mas voltemos ao comodismo no amor. Deixar tudo na mesma muitas vezes significa sorfrer e fazer sofrer também. Enfrentar problemas traz o medo de um possível afastamento e assim terminar algo que ainda nos traz alegria, um pequeno prazer que nos satisfaz apesar de tudo o resto. E assim, é mais fácil deixar os problemas se empilharem no armário. Até ao dia que o armário enche e não há como fugir.
O segundo, o amor como um processo, este deixou-me mesmo a pensar! O que aconteceu ao amor à primeira vista? Não se conhece alguém na troca de um olhar. Por muito romântico que isso seja, e eu sou um romântico. Mas não é assim que funciona. É um processo longo, de conhecimento mútuo, defeitos e virtudes que se conhecem, defeitos que à partida não se imaginavam e virtudes que nos surpreendem. Um processo longo que pode levar ao amor verdadeiro, isso mesmo, àquele amor perfeito que se sonha encontrar por acaso na troca de um olhar. É um processo que se faz a dois, com cedências de parte a parte, acordos feitos por unanimidade caso contrário não resultarão. E quando resultam tudo parece um sonho, uma fantasia... da qual não se quer acordar! Nunca! O pior é quando algo falha nesse processo. Se os acordos foram bem feitos, os problemas são ultrapassados facilmente por mais complicados que possam parecer. Vou passar a escrever "acordos" senão isto até parece política!
Voltem atrás e botem as aspas, 'ta bem? Obrigadinho.
Como dizia... se algo falha, os "acordos" terão que resolver o assunto e quanto melhor forem mais rápido será. O facto de se tratar de um processo não significa que seja tudo automatizado, mecânico e programado. Nada disso. Há lugar para o romantismo puro! Para a paixão desenfreada! Para a loucura, para tudo o que se quiser. E mais espaço para tudo isso haverá quanto mais em conjunto e em harmonia estiverem. Mas será também, em primeiro lugar, um acontecimento. A primeira visão, a primeira troca de palavras, o primeiro toque... tudo isso acontece. O que se faz a partir daí depende de cada um. Escolher fazer alguma coisa ou acomodar-se.
Assim, fica a pergunta no ar, o amor é um processo ou um acontecimento?

Continuação...

1 comentário:

Anónimo disse...

É tudo.